Eu estou doente. Quando entrei na sala, a percepção acirrada do meu mal veio de fino, quase remoendo meus rins. Tive medo de mover o pé num passo. Medo de cair e não saber voltar.
A sala não era lá grande, nem pequena - pelo contrário. Nem parecia uma sala. A sala era uma salada de frutas com bananas, maçãs e um mamão inteiro picotado como rascunho de uma idéia falida, antes de se fazer idéia. Corri tanto que sequer movi o corpo. Corri num desafeto extremo por ter traído meu sedentarismo, e atraído nesse desatino a saudável náusea de viver. Vomitei. A inadequação da minha força lambeu a harmonia do desespero da minha falta de senso. E eu vomitei de novo.
Tudo dói. Eu estou doente. A causalidade vem das escolas, da psicopatologia inventada na academia formadora de tantos doidos, que tiram seu sustento da minha cura que não acham. A tendência que tem o meu corpo em adoecer não é de agora, eu sei. Fígado, pâncreas, intestinos. Um câncer em cada um. Carrego a esperança de ainda ter a alegria de descobrir que, ao menos um deles, é benigno. Ah, como estou ferrado! E visito. A abordagem clínica se faz desenhada em quadrinhos pelos punhos canhotos dos 17 médicos que visitei. Uma abordagem por 34 olhos clínicos cegos. Maldita formação acadêmica. Malditas universidades. Viajei as últimas semanas em busca de uma cura para a decepção que me causam aquelas malditas palavras, ditas 17 vezes da mesma forma: “Está tudo certo com você, os exames não apontam doença alguma”.
É mentira! Eu estou doente. Não é da cabeça. A pele interna do meu estômago (chamem do que quiser) está corroída pelo meu ácido clorídrico. Meus dentes em breve vão derreter. A saliva é tóxica. O beijo é tosco. Não quero mais ser obrigado a comer cenoura para garantir, antes que piore, ao menos a miopia. Chega de discutirem. Quero os empréstimos que pedi para buscar alternativas no exterior. Aqui nesse país a ciência é devagar, os médicos uns iludidos. E eu estou doente. Vou morrer.
Não quero mais ouvir piadas me chamando de psicótico. Não quero saber da porcaria do modelo Organodinâmico com enfoque bio-psico-social, para explicar que porra é responsável por minha doença. “Você tem Doença Mental”. IDIOTAS! Não é da cabeça. Se parassem de julgar o meu amor-próprio, que me faz lutar pelos meus poucos dias, e dessem alguma receita legível para amenizar a agonia da minha dor... Mas não. Eles apenas riem depois que o movimento da porta se encerra, fechando a normalidade deles na sala patética que apresentam como consultório.
A sala não era lá grande, nem pequena - pelo contrário. Nem parecia uma sala. A sala era uma salada de frutas com bananas, maçãs e um mamão inteiro picotado como rascunho de uma idéia falida, antes de se fazer idéia. Corri tanto que sequer movi o corpo. Corri num desafeto extremo por ter traído meu sedentarismo, e atraído nesse desatino a saudável náusea de viver. Vomitei. A inadequação da minha força lambeu a harmonia do desespero da minha falta de senso. E eu vomitei de novo.
Tudo dói. Eu estou doente. A causalidade vem das escolas, da psicopatologia inventada na academia formadora de tantos doidos, que tiram seu sustento da minha cura que não acham. A tendência que tem o meu corpo em adoecer não é de agora, eu sei. Fígado, pâncreas, intestinos. Um câncer em cada um. Carrego a esperança de ainda ter a alegria de descobrir que, ao menos um deles, é benigno. Ah, como estou ferrado! E visito. A abordagem clínica se faz desenhada em quadrinhos pelos punhos canhotos dos 17 médicos que visitei. Uma abordagem por 34 olhos clínicos cegos. Maldita formação acadêmica. Malditas universidades. Viajei as últimas semanas em busca de uma cura para a decepção que me causam aquelas malditas palavras, ditas 17 vezes da mesma forma: “Está tudo certo com você, os exames não apontam doença alguma”.
É mentira! Eu estou doente. Não é da cabeça. A pele interna do meu estômago (chamem do que quiser) está corroída pelo meu ácido clorídrico. Meus dentes em breve vão derreter. A saliva é tóxica. O beijo é tosco. Não quero mais ser obrigado a comer cenoura para garantir, antes que piore, ao menos a miopia. Chega de discutirem. Quero os empréstimos que pedi para buscar alternativas no exterior. Aqui nesse país a ciência é devagar, os médicos uns iludidos. E eu estou doente. Vou morrer.
Não quero mais ouvir piadas me chamando de psicótico. Não quero saber da porcaria do modelo Organodinâmico com enfoque bio-psico-social, para explicar que porra é responsável por minha doença. “Você tem Doença Mental”. IDIOTAS! Não é da cabeça. Se parassem de julgar o meu amor-próprio, que me faz lutar pelos meus poucos dias, e dessem alguma receita legível para amenizar a agonia da minha dor... Mas não. Eles apenas riem depois que o movimento da porta se encerra, fechando a normalidade deles na sala patética que apresentam como consultório.
Nenhum comentário:
Postar um comentário