terça-feira, 8 de abril de 2008

Poço

o que procurei no teu ponto negro?
- o tédio, que deveras
existia.

tédio que continuo vomitando,
sobre a cidade,
sobre o pássaro,
sobre a descrença

e a presença do teu desamor desatou
num só instante,

não cabe aqui,
não cabe em nada que existe,
pois nada existe.

como o amor que deveria ter causado,
sentido,
insistido.

Nem a insistência existe.

A verdade é a recusa,
o não feito,
o desfeito,
o caos
e
a lama.

teu ponto negro é um nó,
que se desfaz em minha liberdade.
que me arremessa numa paisagem amena,
de cores e findas dores.
Então me sepulto sem dor e acordado
no túmulo da tua boca.


.patrícia e Volmir M. G.

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