por: Ana Barbara dos Santos
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Estranho
estranho ainda não ter te escrito nenhuma carta de amor
daquelas com ênclise, próclise, mesóclise e citações a Sartre e tantos outros
estranho nem ao menos ter te escrito algo que parasse na caixa dos segredos
ou das ilusões
estranho
seria daquelas enormes cartas de peito rasgado
de letras e letras e letras sem rumo e sem sentido
apenas desabafo
transposição de fantasmas para o papel
estranho nem ao menos uma carta
como aquela do amor à primeira vista pelo menino do colégio
de quem nem me lembro o nome
estranho
estranho o aprendizado, a maturidade
ou estranho a covardia que adquirimos quando ficamos velhos
*
ou, talvez, não acredite mais no amor.
estranho...
por: Sâmia
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"Não há o amor
Não ao amor"
por: Josiane Cristina Barbosa
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"- O que você prefere, meu corpo ou minha alma?
- O que você quer dizer com isso?
- O que estou dizendo. Estou me sentido como se não dominasse minhas palavras, não é nada, mas o diálogo; é como se me restringisse. Estranho, porque se eu o encontrasse em outro momento seria diferente. Você não respondeu minha pergunta.
- Quero as duas coisas, mas sem dúvidas muito mais a sua alma."
por: Davi Amorim
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Inerte
O meu coração se confunde com um abismo, onde os sentimentos não param de cair, onde eu apenas sinto sua velocidade se distanciando cada vez mais do meu pensamento que permanece para sempre inerte, sem esboçar a mínima reação, sem dor, sem amor, sem voz.
Os dias viram inegáveis constatações,e viver torna-se uma fatalidade, grande muro que impede os homens de pular. Percebo agora que o forte que fiz pra me proteger, transformou-se em cárcere,e não há mais saídas, estou a salvo, não posso morrer.
por: Romulo Brosco
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...olhando ao redor...
...na paisagem morta...
...não sinto-me mais viva do que ela...
...nem sequer mais colorida do que era...
...um pedaço de mim como um galho seco enfinca seus espinhos nos calos...
...de feridas ainda abertas... com as cascas recém formadas...
...com ematomas por toda a alma...
...e eu não mais viva do que ela...
...
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Texto e imagem por: Thais Naomi - TnY
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Tão calmo quanto o balançar das árvores...
Tão quieto quanto o farfalhar de folhas mortas...
Tão forte quanto o farto bardo sempre a recitar...
É agora o meu sentimento por ti...
E por mais que pensamentos fluam de minha mente...
Eu não posso mais pensar claramente
Pois toda essa calmaria me transtornou
E num caos berrante e ensurdecedor se transformou...
E minhas pernas sempre a balançar
Numa tentativa frustrada de me acalmar
Mas a cada segundo que perco parada
Faz-me querer morrer calada
E parece que ninguém percebe
O quão vulnerável eu posso ser
E parece que pereço inerte
Sem ninguém pra me aquecer...
Tão calmo, tão quieto e tão forte...
Tão agitado, barulhento, porém frágil...
Tão... tão... tão...
Tão eu... tão inacreditavelmente eu
Completamente perdida e desamparada
Tão eu... tão inacreditavelmente eu
Completamente sozinha e alucinada...
por: Renata Rodrigues Alves
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