domingo, 23 de março de 2008

Revisão

Revis(t)a. Tirou os tênis, o tipo de letra, o jeito cinza. A tinta impressa. Imprensa. Imprensou e passou a revista. Do outro lado, deu duas dicas de como viver.
Tirou o perfume dos cabelos, a cor do olhar, o gosto da língua. Sangue. Daqui, mandou por e-mail três exemplos de como matar.

A(prendeu). Atuou como vigia da crise dos outros. Em mente, só tinha a posição inversa. Identificou a insignificância do progresso. Trouxe à tona falcatruas daqueles tijolos esquecidos – um edifício demolido hoje, às três e meia da tarde.

Dissert(ou) sem vírgulas, incompleto e não flexível o episódio inventado na noite anterior.

“Vocês não lêem jornal?”
“E por que esse interesse todo pelo nada?”

Continuou tirando. Tirou a ordem. Tirou a vida. Tirou o brilho do brinco da madame de quinta.

“Não leio política”. (Caras espantadas). “Leio primeiro política – que é para esquecer mais rápido”.

Des(carregou) três cargas sinceras de nervos e cinco desculpas corridas de toda gente. Começou há cinco minutos e quarenta e cinco segundos. Foi para escanteio. Nenhum gol.

“A chamada era grande e ninguém leu por falta de legenda na foto”.

(O) atual mudou o atualmente há dois minutos. Rapidinho.

(ontem).

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