Soprei gelado, para ver se ele acordava. Veio em mim a fumaça do descaso. Quase pesou mais que as estrelas que apaguei. Minha condição se desfez feito as soluções químicas mal feitas – que se tornam explosivos. Foi-se a intenção.
Ele, frágil como vinha, soprou ao ouvido dessa minha cabeça oca a fórmula do acerto. Ignorei. É base dos descrentes ignorar. Menti uma vez mais aos que tem a virtude de acreditar e perdi – ao iludir – um beijo, ainda que seco e sem paixão, de uma possível verdade.
morro de amores
pelos nadas que invento.
pelo descaso, descalço,
dessas minhas
dívidas
- que duvido,
e não
pago.
Ainda que leve, me perco em circunstâncias minhas.
Apagadas de tanta vida.
Amarradas pela ausência de sinal, que ele deixa.
Sem nuances,
sem fortunas,
sem ares
sutis.
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