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sinto a chuva bater no meu sertão de lata,
asfáltico.
molha, encharcando a terra que jamais sentirá,
debaixo do concreto.
minha poesia é uma casca de banana.
só pára nela quem escorrega,
porque não vê -
barrado pelo azar.
minhas finalidades são todas amenas.
meu circo não tem palhaço -
tem uma criança chorando,
tem uma família lutando
pela venda dos ingressos.
minhas virtudes são desencontros
que a chuva já apagou
da memória.
meu amor é um pássaro que não voa,
agarrado, ainda, na mão que o tirou do ninho -
só para uma fotografia.
asfáltico.
molha, encharcando a terra que jamais sentirá,
debaixo do concreto.
minha poesia é uma casca de banana.
só pára nela quem escorrega,
porque não vê -
barrado pelo azar.
minhas finalidades são todas amenas.
meu circo não tem palhaço -
tem uma criança chorando,
tem uma família lutando
pela venda dos ingressos.
minhas virtudes são desencontros
que a chuva já apagou
da memória.
meu amor é um pássaro que não voa,
agarrado, ainda, na mão que o tirou do ninho -
só para uma fotografia.
Um comentário:
Não sei se comentar textos mais antigos é uma brincadeira de mau gosto ou se é mais algo enigmático, ou se é preguiça mesmo... mas não podia passar sem deixar de dizer: lindo.
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