sábado, 30 de agosto de 2008

Relações mediadas II

Conheci Beatriz pela internet, gostávamos de falar de música e amenidades, uma garota legal. Apresentei-a, virtualmente, a Daniel, meu amigo de infância de quem costumava ver quase todos os dias, durante anos. O menino - porque éramos meninos nessa época, é bom mencionar – deu-se muito bem com Beatriz, digo, eles tinham muitas afinidades e encaravam a vida com o mesmo entusiasmo. Depois de algum tempo soube que estavam namorando.

Ela residia na cidade do Rio de Janeiro, ele quase no interior de São Paulo, distâncias que eram quebradas com o uso de internet e do telefone.

Trocavam presentes nos aniversários e datas especiais, livros com longas dedicatórias, cds lançamento das bandas prediletas, cartas de amor. Mas não demorou muito tempo para o relacionamento perder o encanto.

Meses depois de oficializado o divórcio virtual, Beatriz veio a passeio à São Paulo. Os dois marcaram um encontro e pela primeira vez puderam olhar-se fora das telas.

O encontro foi em uma estação do metrô. No horário marcado reconheceram-se em meio à multidão. Abriram seus largos sorrisos, e se abraçaram longamente. Passearam, conversaram e sorriram muito. O dia passou sem que eles percebessem. O inicio da noite despediram-se com um beijo rosto e rumaram cada qual para sua terra.

Eles falam-se até hoje.

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