sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Para O El Desdichado III


No espaço sideral, Na minha casa,
onde os delíquios acontecem, Desfalecem esperanças nunca vistas
sem aumentar o PIB da nação, Sem diminuir a fome
anuncio a boa nova, As novas normas do futuro

Perfurar uma parede, Acertar o coração
acontecer um naufrágio, Uma luta de classes falidas
que todos morrem, que todos desistem
e sobrevivemos alguns poetas, Vendemos nossos filhos e alguns pesadelos

Ter o que contar, Faltar o que beber
fazer acontecer, Mas não pagar pra ver
Pintar um sol de preto, Apagar todos os sonhos com a imensa borracha do MUNDO
pra que todos acordem finalmente, Para o grande fim da humanidade
O amarelo já causou muito tédio, O verde atiçou ambições...

Precisamos do terremoto para limpeza. A limpeza para a alegria.
A catástrofe que varra as ruas, E leve a imundice de nossas vidas
as mentes, os crentes
os corações, as falsas orações
a beleza de quem amo, O amor que sempre quis entender

Uma intimidade que toque, Que emocione
mais pra lá do longe, Mais, um distante a mais
muito mais que esse tanto partilhado – Errado.

O vulcão tomará palavras de minha boca, Que não beijará mais nenhuma outra
Descerá a melancolia, Para zombar da minha vida
e tudo terá um fim, Um começo ao contrário
para um novo início, Em algum calendário do século passado

Embora a tristeza, Sempre a mesma – Sem certezas
a revolução das letras assombram – Assustadas arregalam o olhar
gritam-me alucinadas. Alucinam-me. Fazem-me junto gritar:
Verso precisa ordenar! Eu preciso em versos contar!
Verso quer ser imperador! Eu preciso livrar quem eu amo da dor!


Volmir M. G. - .patrícia
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